Geral

POR JUSTIÇA

sexta-feira, 04/06/2010 22:17

Manifestação dos servidores do Judiciário superlota escadarias do Fórum Lafayette

Cerca de 400 servidores compareceram à manifestação realizada ma tarde da última quarta-feira, 2 de junho, nas escadarias do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, durante a solenidade de posse do novo presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Cláudio Costa, que transcorria no mesmo fórum, no 1º Tribunal do Júri. De camisas coloridas e munidos de bandeiras, balões, faixas, cartazes e apitaços, os participantes proferiram discursos inflamados e palavras de ordem, deixando mais uma vez os protestos contra a administração do Tribunal de Justiça pela defasagem dos salários da categoria e por insistir em desrespeitar direitos dos servidores garantidos em lei, como o reposicionamento e o pagamento do retroativo da promoção vertical, atraso do pagamento do retroativo do adicional de desempenho e regulamentação do curso superior e da equivalência salarial dos oficiais de justiça.

Além do barulho que chegava ao interior do Fórum Lafayette, o ato, mais uma vez organizado pelo SINDOJUS/MG, SINJUS e SERJUSMIG, atraiu a atenção de autoridades que entravam para participar da solenidade, como o deputado Carlin Moura (PCdoB), que reafirmou sua solidariedade à mobilização da categoria, e de transeuntes e usuários da justiça. Ao microfone, dirigentes dos três sindicatos e outros servidores deixavam sua palavra de indignação. O presidente do SINDOJUS/MG, Cláudio Martins de Abreu, avisou: “Iremos cobrar (da nova administração) uma política salarial concreta e digna para a categoria, assim como conseguiram os policiais militares”.

“Os servidores já acumulam perdas salariais da ordem de 30%”, lembrou a presidente do SERJUSMIG, Sandra Silvestrini, salientando à nova administração do Tribunal que se inicia que, embora a proposta de recomposição de 10,14% que está para ser votada pela Corte Superior esteja prevista para vigorar somente a partir de janeiro de 2011, ela valerá somente para o exercício de 2010. A data-base de 2011 ficará para ser discutida no ano que vem, avisou. “Nossos vencimentos devem ser proporcionais à complexidade das funções que desempenhamos”, cobrou o coordenador geral do SINJUS, Robert França, frisando que os servidores do Judiciário de Minas têm o pior salário do Brasil. “Eu vim aqui/pra protestar/porque me devem/e não querem me pagar” e “Ô Tribunal/preste atenção/a meta agora/é a valorização” foram alguns dos muitos refrões cantados pelos manifestantes.

As performances do grupo teatral “Olho da Rua” – com encenações críticas à postura ditatorial do Tribunal – e do sarcástico servidor Fábio, da 2ª Instância, animou ainda mais os manifestantes. Como de praxe, foram cantadas muitas músicas de protestos e verbalizados paródias, poesias e, até mesmo, um hipotético “Plano de Metas” a ser seguido pelo Tribunal, em relação aos servidores, uma brincadeira em alusão às metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça para os órgãos do Poder Judiciário de todo o país.

Os manifestantes da categoria esclareceram que os protestos são contra a instituição Tribunal de Justiça e não contra a “pessoa” à frente da administração. Além de belo-horizontinos, da Primeira e Segunda Instâncias, estiveram presentes servidores de diversas cidades do interior, como Contagem, Juiz de Fora, Nepomuceno, Ipatinga, Itumirim, Ibirité e outras.