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O contraditório presidente do STF

segunda-feira, 08/07/2013 21:00

Ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF – Foto: Nelson Jr./STF

“Faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço”

Notoriedade na mídia é do que menos pode reclamar o atual presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa. Badalado como primeiro ministro reconhecidamente negro do Supremo Tribunal Federal, onde ingressou em 2003, por indicação do então presidente Lula, passou a ser idolatrado depois que assumiu para si a responsabilidade de direcionar o julgamento da Ação Penal 470 para um desfecho de condenação de políticos e empresários denunciados no esquema do Mensalão – os políticos, claro, pertencentes ou aliados aos quadros do Partido dos Trabalhadores. E sua performance no processo do Mensalão atraiu para si todo o brilho dos holofotes também quando assumiu a presidência do STF, no final do ano passado.

Falastrão e detentor de uma imagem que impressiona, com discursos moralistas e respostas do jeito que a população quer ouvir quando indagado sobre questões de uso abusivo de verbas públicas, por outro lado procura desconversar ou recorre a grosserias nas poucas vezes em que é inquirido sobre denúncias que pesem contra si. Foi assim, por exemplo, quando indagado pelo repórter Felipe Recondo, do  jornal O Estado de São Paulo, sobre o excesso de gastos no Supremo sob sua gestão. “Vá chafurdar no lixo”, respondeu ao jornalista, em plena entrevista coletiva.

Com o intuito de preservar Barbosa, pela imagem que este construiu como homem austero e implacável contra os “mensaleiros” do PT – mas uma “mãe” para os “mensaleiros” do PSDB, posto que resiste em pautar a Ação Penal que envolve os tucanos em esquema de uso irregular de verba pública em campanhas políticas, em 1998 -, a mídia tem feito vistas grossas diante das denúncias que são divulgadas contra ele. Mas é ele próprio que vem se traindo e descortinando o seu lado obscuro ao mergulhar a cada dia, desprotegidamente, na vaidade que subiu-lhe à cabeça e em relações que o comprometem da altura do cargo que ocupa e da falsa imagem que lhe atribuem.

Na semana passada, vazaram para a imprensa a notícia da contratação de seu filho pela TV Globo e fotos dele (Joaquim Barbosa) no camarote da mesma emissora durante  o jogo Brasil x Inglaterra, no dia 2 de junho, lançando suspeitas sobre as relações de Barbosa, sobretudo, com o apresentador Luciano Huck. Agora, surge a denúncia de que o presidente do STF teria embolsado nada menos que R$ 580 mil em verbas atrasadas daquele Tribunal.

Confira, a seguir, Joaquim Barbosa em três tempos:

Barbosa e repórter: “Vá chafurdar no lixo”

Pai de Huck teve caso sob análise de Joaquim Barbosa

Joaquim Barbosa recebe R$ 580 mil em benefícios