Geral

Pelo bem da DEMOCRACIA

segunda-feira, 25/03/2013 17:11

Mas o SINDOJUS/MG faz mais uma indagação e lhe disponibiliza espaço neste site

Na quinta-feira, 21, publicamos neste site (confira aqui) a matéria intitulada “Salve, jorge – servidores ou Aladins”, contestando argumentos apresentados pelo servidor Pedro Jorge Fonseca, do TJMG, em artigo de sua autoria, com o título “Greve do TJMG é um erro – servidores ou Aladins”, publicado no jornal O Tempo (leia aqui). Em respeito aos princípios democráticos, mas mantendo “ipsis litteris” o que manifestou em seu texto-resposta, o SINDOJUS/MG, a pedido do servidor, publica abaixo novo texto por ele redigido comentando cada ponto rebatido pelo Sindicato. Mesmo assim, fica ainda sem resposta a seguinte indagação: o que o motivou, Pedro, a escrever artigo para um jornal de grande circulação, com esse enfoque e esse posicionamento, exatamente no momento em que seus colegas se mobilizam em torno de uma causa que interessa à grande maioria da categoria? Explique-se para os seus colegas. Você tem espaço disponível no site do SINDOJUS/MG.

“Belo Horizonte, 22 de março de 2013

Ao Sindicato dos Oficiais de Justiça Avaliadores do Estado de Minas Gerais (Sindojus-MG)

Caro Sr. Presidente,

Solicito o favor de publicar, invocando o direito de resposta em relação à matéria “Salve, Jorge”:

Quanto às considerações iniciais, embora eu tenha ressalvas, não as acho desarrazoadas. Quero apenas registrar a existência de centenas de Oficiais de Justiça – merecidamente – com salários melhores que os meus. E se eu de fato estiver numa posição “bem mais confortável” na carreira (PJ-72 + 3 quinquênios) em relação à ampla maioria, isso não é justo. Por que eu teria um tratamento privilegiado? Mais um motivo para se rever o Plano de Carreiras, como defendi no artigo.

1)      Quanto aos salários do nível de 2º grau, entendo que os Oficiais de Justiça em início de carreira merecem ganhar melhor. Mas, ainda assim, como o “patrão” (a sociedade e o orçamento público) é o mesmo, penso que os professores devam ser contemplados com maior urgência, embora isso sejam “outros 500” e não dependa de nós nem do Tribunal.

2)      Não há “patamares salariais antigos”.Todos fazemos parte da mesma carreira. E se ela não for revista, criaremos uma situação de “quem foi foi… quem não foi não vai mais”. Passei por esse drama. E quase naufraguei. Devemos ceder um pouco para não correr o risco de criar – ou consolidar – um“Apartheid” entre colegas.

3)      Focando, agora, os reajustes desde 2006, acompanho-os, por dever de ofício. Estou disponível para quem quiser conferir os números. Se os salários iniciais hoje são considerados modestos, seu poder de compra era ainda menor há 7 ou 8 anos. Fato. Devem ter evoluído mais ou menos como o salário mínimo, que, embora ínfimo, experimentou ganho real expressivo. Envio-lhe a demonstração a respeito em breve.

4)      Acho a LRF, de fato, terrível. Mas necessária. A sociedade, no entanto, pode lutar pela mudança de seus dispositivos e percentuais, se for o caso. Quanto aos números em que teria havido economia nas despesas de pessoal, não tenho ciência dos valores ventilados pelo Sindojus-MG, até porque não trabalho diretamente com execução orçamentária.

5)      Nossos salários de base são mesmo baixos, para a realidade do Judiciário. Razoáveis para a realidade brasileira, ponderada a jornada. Nossos salários médios são bons, para qualquer realidade (cerca de R$ 9 mil, viderelatório oficial DEMONSTRATIVO DA DESPESA COM PESSOAL E SEUS ENCARGOS, publicado no DJe de 17.01.2013).

6)      Em relação aos “imediatismos”, suponho que teremos, sim, como servidores, de rediscutir amplamente a questão fulcral da greve com o TJMG. Mas julgo nos ter sido dada uma contrapartida aceitável pela frustração que o adiamento do “escalonado” envolve.

7)      Se o Sr. Presidente não puder cumprir, só há uma alternativa: Sua Excelência não cumprir – isso certamente o frustrará também.

Por último, por falar em “paciência tem limite”, a minha foi testada grandemente nesta quinta-feira, dia 21.03.13. Aprendi que nossos limites podem ser mais elásticos do que supúnhamos. Nesse dia (talvez como fruto não intencional da matéria do Sindojus-MG), houve manifestações profundamente desrespeitosas em relação a mim no site do jornal O TEMPO. Algumas eu diria mesmo criminosas. É crível que a grande maioria tenha vindo de alguns colegas, cujo nível ético eu nunca imaginaria tão rasteiro. Entre eles é muito provável – quase certa – a existência de servidores com salários e vantagens superiores a minha remuneração total. Mesmo assim, abriram sua artilharia pesada, seu escárnio e seu vocabulário fétido e difamatório, como se eu fosse “paraquedista”, como se eu estivesse contra os interesses dos colegas e como se eu fosse co-responsável pela ENORME diferença salarial vigente entre nós.

É o que cumpre esclarecer, deixando feridas abertas, mas ainda esperançoso de que prevaleça entre seus liderados o espírito público, plural e democrático; a grandeza de caráter; e o altruísmo – isso distingue os que servem à sociedade dos que dela se locupletam.

Pedro Jorge Fonseca”