Geral

Sem terra acampam em frente ao Fórum de BH até julgamento de Adriano Chafik

terça-feira, 14/05/2013 20:13

Latifundiário mandou assinar cinco trabalhadores rurais em 2004

Após mais um adiamento do julgamento do latifundiário Adriano Chafik (foto), responsável pelo Massacre de Felisburgo, os Sem Terra montaram acampamento com 500 camponeses e camponesas em frente ao Fórum de Justiça Lafayette, em Belo Horizonte (MG), a partir desta terça-feira, 14, e garantem só sairão do local depois do julgamento, cuja nova data ainda não foi marcada.

A iniciativa conta com apoio de várias entidades – sindicais, religiosas, dos movimentos sociais -, além de parlamentares dos partidos de esquerda. Nesta tarde, o presidente do SINDOJUS/MG, Wander da Costa Ribeiro, e a vice-presidente, Ana Luíza Alves Carneiro, estiveram no acampamento, manifestando o apoio também do Sindicato e dos oficiais de justiça avaliadores mineiros. Nesta quarta-feira, 15, as Comissões de Direitos Humanos da Assembleia Lgislativa de Minas Gerais e da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Minas Gerais (OAB/MG) realizarão uma audiência pública em frente ao Fórum, em defesa do respeito e da dignidade dos trabalhadores sem terra mineiros, do urgente julgamento do latifundiário Adriano Chafik e severa punição para ele, por ter ordenado o assassinato de cinco trabalhadores rurais sem terra, em 20 de novembro de 2004, em fazenda que ele, Chafik, “grilou” do estado.

A Comissão de RH da ALMG é presidida pelo deputado Durval Ângelo (PT) e tem como demais membros os seguintes parlamentares: titulares, Rômulo Viegas (PSDB), Rogério Correia (PT), Sebastião Costa (PPS) e Zé Maia (PSDB); suplentes, Maria Tereza Lara (PT), Bonifácio Mourão (PSDB), Sargento Rodrigues (PDT), Duarte Bechir (PSD) e Célio Moreira (PSDB). A Comissão da OAB é presidida pelo advogado Willian Santos.

O SINDOJUS/MG pede às pessoas que se sensibilizarem com essa causa dos trabalhadores rurais que levem, além de solidariedade, água, alimentos e agasalhos para os acampados.

Histórico

O fazendeiro Adriano Chafik iria a júri popular nesta quarta-feira (14), mas o juiz Glauco Soares Fernandes, do 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, anunciou o novo adiamento nesta segunda-feira (13), após a defesa do réu solicitar o depoimento de 60 testemunhas.

“Está decisão faz parte do conjunto de ações que estão sendo articuladas pelo MST para manifestar sua indignação com quem matou cinco Sem Terra do acampamento Terra Prometida em 2004, baleou outras 12, entre eles uma criança, e incendiou casas e a escola”, declara a nota da coordenação estadual do MST.

O fazendeiro foi preso e posto em liberdade por duas vezes, por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), mesmo depois de confessar a participação na chacina em depoimento à Polícia Militar.

O massacre está preste a completar nove anos, mas até o momento ninguém foi responsabilizado.  Além disso, nenhuma das famílias das vítimas foi indenizada e o decreto referente à desapropriação da fazenda Nova Alegria, assinado pelo então presidente Lula, em 2009, ainda não foi cumprido.

Os Sem Terra ainda prometem realizar manifestações similares no interior do estado para pressionar pelo julgamento. Também serão montados acampamentos nos Fóruns das cidades de Governador Valadares, Alfenas e Montes Claros.

Com informações do MST