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Sindicalismo em debate

quinta-feira, 08/05/2014 19:14

Evento foi realizado na capital paulista

A União Geral dos Trabalhadores (UGT), em parceria com a CESIT/UNICAMP (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, da Universidade Estadual de Campinas), de forma inédita promoveu, o Seminário Internacional: sindicalismo contemporâneo, nos dias 28 e 29 de abril. O evento teve por objetivo promover uma reflexão que deve ser feita em relação à luta da classe trabalhadora e sobre o Dia do Trabalhador -1º de Maio.

Com o auditório lotado, abertura do Seminário contou com a presença de mais de 1.000 dirigentes e assessores sindicais de diversas categorias profissionais e de diversos estados da federação, além de autoridades políticas e representantes de diversos setores da sociedade.

Na mesa de abertura estiveram presentes o presidente da UGT,  Ricardo Patah, Manuel Dias,  ministro do Trabalho e Emprego, Eduardo Suplicy, senador da República, prof. Anselmo Luís dos Santos,  coordenador do CESIT / UNICAMP, os deputados federais e vice – presidentes da UGT,  Ademir Camilo, Roberto Santiago, Roberto de Lucena, João Eduardo Dado e Lourival Mendes, o deputado estadual e vice – presidente da UGT Davi Zaia, Canindé Pegado,  secretário Geral da UGT, Chiquinho Pereira,  secretário de Organização e Politicas Sindicais UGT, José Moacyr, secretário de Finanças UGT, Clemente Ganz, diretor técnico do DIEESE, Antônio Augusto Queiroz,  diretor de documentação/cientista político Diap, Artur Henrique,  secretário municipal do Trabalho, dr. Francisco Gerson Marques,  coordenador do Conalis/MTE, Desembargadora Rilma Aparecida Hemetério, TRT 2º Região, dr. César Augusto Mello, presidente da comissão de Direito Sindical da OAB, prof. Luiz Alberto de Souza Aranha, vice – diretor da FAAP, Cassia Bufelli, secretária da Mulher da UGT entre outros.

Em seu discurso, Patah ressaltou que o evento é uma grande oportunidade de se debater os avanços que o movimento sindical conquistou até hoje, além das mudanças sociais e econômicas que estão em curso e que influenciam diretamente a organização da classe trabalhadora. “Estamos buscando um processo de debate de alta qualidade entre o movimento sindical, trazendo especialistas de vários países para aprofundar esse debate,  pois quando pensamos em sindicalismo, o movimento sindical vem sendo duramente atacado pela grande imprensa e pelos empresários, o que faz com que a sociedade tenha uma percepção muito diferente da realidade da nossa representação, uma vez que nossos pilares são fortes,  mas precisamos aprimorá-los”, explica Patah.

Segundo o ministro do Trabalho, Manoel Dias, este Seminário promovido pela UGT e a UNICAMP é fundamental, pois na medida que avança a tecnologia e inovação, os trabalhadores não podem ser prejudicados, pois a precarização vem junto com isso e esse tipo de discussão cria uma resistência e uma nova proposta para as relações de trabalho.  “Esses eventos precisam ser acompanhados do conhecimento, para se capacitar e qualificar para poder impedir que com a alegação de que a inovação é inevitável  precarizem o trabalho.”

Suplicy enfatizou que é um ato muito importante,  primeiramente porque nesta semana se comemora o Dia do Trabalhador,  e porque este é um Seminário Internacional para a reflexão sobre a situação da classe trabalhadora de hoje no Brasil e no mundo.

O ex-ministro Henrique Meireles salientou que esta é uma grande celebração do 1º de Maio, pois é um evento que comemora o Dia do Trabalhador com trabalho. “É isso que se espera de uma entidade que representa a classe trabalhadora do país.”

O Seminário terá seis mesas de debates: Trabalho no capitalismo contemporâneo; Trabalho e desigualdades; Movimentos sociais; Sindicalismo no capitalismo contemporâneo; Tendências das relações de trabalho e impactos na organização sindical; Sociedade, economia e trabalho: a visão dos trabalhadores.

Um dia para lembrar às vítimas de acidente de trabalho

Durante o Seminário,  a UGT reservou um espaço destinado a lembrar os trabalhadores e trabalhadoras que foram vítimas de acidentes de trabalho.

A data lembrada do dia 28, é um momento de reflexão e fortalecimento da luta das entidades sindicais que desenvolvem diversas ações pelo “Fim das Mortes no Trabalho”.

O segundo dia do “Seminário Internacional: Sindicalismo Contemporâneo”, em São Paulo, no Novotel, Center Norte, promovido pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), em parceria com a CESIT / UNICAMP (Centro de Estudos Sindicais de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas), começou debatendo a conjuntura do movimento sindical brasileiro ao abordar o Sindicalismo no Capitalismo Contemporâneo, tema discutido na primeira mesa.

O palestrante Mike Fichter, economista e pesquisador da Global Labor University, ressaltou que o sindicalismo hoje já não atua de forma individual e exclusivo para uma determinada categoria. Atualmente a luta é mundial e está fortalecida em centrais sindicais internacionais e a atuação dessas entidades, hoje, não se resume apenas a melhoria salarial ou ampliação de direitos trabalhistas. A organização da classe trabalhadora luta pelo bem estar e pela dignidade da população buscando manutenção e ampliação de empregos, transporte público de qualidade, saúde, educação, entre outros pontos que envolvem crescimento social das nações.

Armando Boito, professor titular de ciência política da UNICAMP, ressaltou que os sindicatos são multiplicadores de ações e a classe trabalhadora hoje não vê o seu sindicato como a organização que vai lutar apenas no seu emprego. “O sindicalismo já não é mais as relações sociais dentro de fábricas, ele incorpora na sua luta a economia e isso passa a acontecer a partir da década de 90.”

Para Canindé Pegado, secretário Geral da UGT, os trabalhadores que estão entrando no mercado de trabalho tendem a se preocupar com a manutenção de seus empregos e acabam não se envolvendo com o seu sindicato, mas procuram suas instituições quando as empresas os demite para contratar outros profissionais que, com cargo e remuneração inferior, realizam as mesmas funções que ele. Isso mostra que o sindicato precisa mudar para atrair cada vez mais esses jovens. Pegado argumentou que falta mais rigor e força na unidade de representação e que, por exemplo, as entidades sindicais estão, gradativamente, aumentando sua atuação em setores como no Congresso Nacional, que ainda é uma casa muito representativa e menos participativa em relação a atuação da classe trabalhadora e da população em geral.

Fonte: FOJEBRA