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Dignidade já!

terça-feira, 13/12/2011 16:24

Entidade paulista lamenta suicídio de oficiala e reclama da omissão da mídia e da sobrecarga de trabalho

Conforme noticia a AOJESP – Associação dos Oficiais de Justiça do Estado de São Paulo (veja aqui a íntegra da matéria), a oficiala de justiça Lucimeire Mansano, que era lotada no Fórum de Santana, em São Paulo, suicidou-se em 8 de dezembro, bem lembrando que isso aconteceu exatamente no Dia da Justiça. A entidade telefonou imediatamente para o delegado do 19º Distrito da Vila Maria e foi informada de que a oficiala dera fim à própria vida saltando de uma ponte na Rodovia Presidente Dutra.

“A indignação é um sentimento que toma conta da diretoria da entidade há muito tempo pela omissão do Tribunal de Justiça, da Corregedoria Geral, do Órgão Especial, dos assessores da presidência e do corregedor geral. A AOJESP tem levado há muito tempo os fatos opressores que ocorrem nos cartórios e, ultimamente, nas Centrais de Mandados. O Oficial de Justiça passou a ser uma máquina de trabalho, onde cada um trabalha por três. O argumento do Tribunal é sempre o mesmo: ‘NÃO TEMOS VERBA`”, relata a associação paulista.

Na reportagem, a Aojesp também ressalta que, no mesmo dia do suicídio, os jornais de São Paulo denunciaram a prática de corrupção dentro do TJSP, já há muito comentado pela opinião pública, e frisa que “a diferença é que uma denúncia feita por um simples servidor não tem a mesma força de convencimento que as feitas pela grande mídia”.

“Nossa revolta, nossa indignação, nosso inconformismo com este fato em que a colega Lucimeire Mansano, no auge do desespero, colocou fim à própria vida, se volta contra o próprio Tribunal de Justiça, onde atuam pessoas individualistas, egoístas, ciosas de poderes nas mãos, que, para nós, têm a maior parte da culpa pela morte desta colega”, reclama a Aojesp, lembrando que a omissão está regulamentada pela lei como crime.

A entidade também manifesta sua opinião de que, “se tivéssemos jornais destemidos, com profissionais altivos… poderiam acompanhar os oficiais de Justiça nas diligências em locais perigosos e insalubres para checarem às centenas de mandados que esses profissionais são obrigados a diligenciar com prazos exíguos”. E mesmo a produtividade sendo impossível, acrescenta, existem juízes que não têm a mínima consideração e abrem processos administrativos contra esses trabalhadores.

Nota do SINDOJUS/MG

O SINDOJUS/MG se solidariza com a Aojesp, os oficiais paulistas e os familiares e amigos da colega falecida e, entendendo de perto as queixas e a indignação daquela entidade, lembra que a situação não é diferente em Minas. Como já foi denunciado várias vezes pelo Sindicato, os oficiais de justiça avaliadores mineiros, além de receberem o pior salário entre todos os TJs do país, enfrentando todas as dificuldades naturais da profissão e as decorrentes das condições precárias de trabalho e ainda são obrigados a praticamente pagarem para cumprir as diligências, pois utilizam seus veículos e bancam todas as despesas de manutenção e abastecimento do mesmo, recebendo uma mísera verba indenizatória.

Que o TJMG fique atento às palavras da entidade paulista e às reclamações que lhe são passadas pelo SINDOJUS/MG, para que os oficiais de justiça mineiros tenham melhores condições de trabalho e qualidade. de vida.